O CONCEITO E A ELABORAÇÃO DO LUTO PSICALITICO

CONCEITO E ELABORAÇÃO

Paula Fernandes Machado Bauer

21/03/2021

O luto é caracterizado como uma perda de um elo significativo entre uma pessoa e seu
objeto.

RESUMO

O luto é caracterizado como uma perda de um elo significativo entre uma pessoa
e seu objeto, portanto, um fenômeno mental natural e constante no processo de
desenvolvimento humano. Este artigo descreve o conceito e elaboração do luto a partir
da perspectiva psicanalítica.

INTRODUÇÃO

As vivências de perda apresentam-se por vezes como experiências de difícil
elaboração. O luto, como um processo relacionado à perda, pode manifestar-se de
diferentes formas na vida do sujeito. De modo geral, refere-se a um modo de elaboração
dessas perdas, ao longo de um determinado período, impondo ao sujeito um doloroso
trabalho, tal como Freud em Luto e Melancolia (1917).
Em um texto publicado em 1915, intitulado Reflexões para os Tempos de
Guerra e Morte, Freud apresenta a relação entre perda e morte, salientando que essa
última passou a ser refletida pelo homem a partir de sentimentos ambíguos em relação
ao outro. Esses sentimentos oriundos da perda iriam, por sua vez, influenciar no modo
como o luto seria vivenciado. Nessa publicação, Freud (1915) expressa que a morte de
um inimigo seria mais bem compreendida considerando os tempos primitivos em que o
homem necessitava, por vezes, eliminar o outro para sobreviver do que a perda de um
ente querido. É, segundo Freud (1915), por querer evitar a vivência de perda de um ente
querido que o homem criou a idéia de continuidade e permanência, de existência de
uma vida após a morte.

Dois anos depois, em Luto e Melancolia (1917), Freud apresenta a noção de luto
como “a reação à perda de um ente querido, à perda de alguma abstração que ocupou o
lugar de um ente querido, como o país, a liberdade ou o ideal de alguém, e assim por
diante” (p. 129). Nesse sentido, considera que a natureza dos afetos trazidos pelo luto se
apresenta como um sentimento profundo, de doloroso abatimento, perda de interesse
pelo mundo externo e da capacidade de escolher um novo objeto de amor. Trata-se de
uma necessária reorganização libidinal de investimento em objetos que mobiliza o eu
emoções inconscientes. Como conseqüência, a Psicanálise confere ao luto um caráter
singular, que pode ser vivenciado de diversas formas, envolvendo perdas relacionadas à
morte propriamente dita, ou perdas subjetivas.

CONCEITO PSICANALITICO

Luto e melancolia (FREUD, 1917[1915]) foi eleito como ponto de partida para a
elaboração deste artigo cujo eixo central é orientando pelo conceito de luto, como a
reação à perda de um ente querido , à perda de alguma abstração que ocupou o lugar de
um ente querido, como o país, a liberdade ou o ideal de alguém, e assim por diante.
entendido como um trabalho psíquico realizado a partir dessa perda. Esta perspectiva se
constitui como um caminho elaborativo que libera a libido do objeto perdido para o
estabelecimento de novos laços. Um processo como este possibilita o gradual
desligamento da libido em relação ao objeto de prazer e satisfação narcísica perdidos,
assim como está associado à estruturação da simbolização primária implícita no
processo de construção de representações, no âmbito da primeira tópica Freudiana.

O luto é um processo lento e doloroso, que tem como características uma tristeza
profunda, afastamento de toda e qualquer atividade que não esteja ligada a pensamentos
sobre o objeto perdido, a perda de interesse no mundo externo e a incapacidade de
substituição com a adoção de um novo objeto de amor (FREUD, 1915).
Segundo Freud, embora o luto envolva graves afastamentos daquilo que é
normal a vida, não é considerada uma condição patológica. Confia-se que seja superado
após certo tempo e julga inútil ou mesmo prejudicial qualquer interferência em relação a
ele.

Durante o desenvolvimento, o indivíduo passa por constantes experiências de
perdas que se constituem em modelos de estados psíquicos que são incorporados na
mente e poderão ser vividos em situações semelhantes posteriormente. Freud (1926)
constata que as primeiras experiências traumáticas constituem o protótipo dos estados
afetivos, que são incorporados na mente, e quando ocorre uma situação semelhante são
revividos como símbolos mnêmicos.

Para Freud (1923), em O Ego e o ID, o ato de nascer é o primeiro grande estado
de ansiedade, que ocorre por ocasião de uma separação da mãe, diante de uma
possibilidade de desamparo psíquico, torna-se assim a fonte de um estado de ansiedade.
Inicialmente, a imagem mnêmica que a criança tem da pessoa pela qual ela sente anseio
é intensamente catexizada, em seu estado ainda pouco desenvolvido, essa imagem psíquica é provavelmente de forma alucinatória, e a criança não sabendo como lidar
com esse desejo, origina uma ansiedade como uma expressão de desorientação.

Em Luto e Melancolia (FREUD, 1914), o autor revela que o luto é um processo
doloroso, porém, a justificativa para isso seria encontrada quando tivessem condições de
apresentar uma caracterização da dor. Em 1926, o autor apresenta que a Dor, na
dimensão mental, também é a reação real à perda do objeto. Segundo Freud (1926),
quando há uma dor física, ocorre um alto grau do que pode ser denominado de catexia
narcísica da parte do corpo que se sente a dor. Na dimensão mental, diante de uma
situação dolorosa, essa catexia está concentrada no objeto do qual se sente falta ou que
está perdido, por não poder ser apaziguada, essa catexia tende a aumentar com firmeza.
A dor na dimensão mental produz a mesma condição econômica que é criada diante de
uma dor física. A transição da dor física para a mental corresponde a uma mudança da
catexia narcísica (investida na parte danificada do corpo) para a catexia do objeto
(objeto perdido do qual se sente falta).

No processo de luto, a inibição de qualquer atividade que não esteja ligada ao
objeto perdido e à perda de interesse no mundo externo ocorre por causa da energia
libidinal que se vincula a representação mental do objeto que continua a aumentar e
tende, por assim dizer, a esvaziar o ego. Para Freud (1915), essa inibição é expressão de
uma exclusiva devoção ao luto, devoção que nada deixa a outros propósitos ou a outros
interesses.
Sem discordar das definições de luto explanadas por Freud (1915), Melanie
Klein também o concebe como uma perda objetal e, em cujo processo haverá uma
reativação de experiências tidas no princípio do desenvolvimento psíquico humano. M.
Klein entende que nesse processo haverá uma reativação (KLEIN, 1940) do que
chamou de “posição depressiva” arcaica. Assim, o que é acrescido em Klein, é que o
luto não se refere apenas a uma perda objetal real, mas também simbólica.

Klein (1940) postula que atividades psicóticas (primitivas, pois são vividas no
desenvolvimento natural) são reativadas no luto normal e durante esse período o
indivíduo encontra-se adoecido, porém, como o seu estado mental é comum e natural
dado às circunstâncias, o luto não é considerado uma doença, vencido após certo tempo.
Para a autora, o luto reativa a posição depressiva arcaica.

Para Klein, chamada de “teoria das relações objetais”, está assentada numa
visão muito mais dinâmica do que estrutural. Essa dinâmica humana – de introjeção e
projeção consiste, pois, num mundo interno (psíquico) que é construído a partir de
relações que se estabelecem entre objetos e que influencia e é influenciado também pelo
mundo externo. O conceito de posição norteia todo o desenvolvimento humano de sua
teoria, assim como o desenvolvimento psicossexual, acompanhando o indivíduo por
toda a vida.

Nesse sentido, para explicar o luto e o processo de “enlutamento” em Klein, é
necessário retomarmos a sua teoria desenvolvimental e sua dinâmica.
Nos primeiros meses de vida, o bebê tem a percepção da realidade distorcida,
enxergando e mantendo relações apenas com objetos parciais, sendo o primeiro deles o
seio materno que em fantasias inconscientes, são alimentadas por experiências de
gratificação e frustração (KLEIN, 1935).

O que colabora para a passagem da incorporação de objetos parciais para objetos
inteiros é o desmame. Ele é também o primeiro luto vivenciado e se dá na posição
depressiva do desenvolvimento, pois por intermédio dele é sentido pelo bebê a perda da
sua maior fonte de alimento e prazer: o seio e todas as representações que ele carrega.
Os mecanismos de introjeção e projeção são importantes formas de defesa e
ataque para o bebê, na estruturação e construção do mundo interno. Como a ansiedade
surge da operação da pulsão de morte, sentida como o medo de aniquilamento e morte,
transformada em medo de perseguição quando ligada a um objeto, a projeção consiste
na deflexão da pulsão de morte para o mundo externo, livrando o ego dos perigos. E a
introjeção consiste na incorporação de um objeto bom, que promovendo uma maior
segurança, também diminui as ansiedades (KLEIN, 1946).

A ELABORAÇÃO

O processo de luto é instalado para a elaboração de uma perda, consistindo no
desligamento da libido a cada uma das lembranças e expectativas relacionadas ao objeto
perdido, por isso, é considerado um processo lento e penoso.

Como vimos, diante de uma situação dolorosa, ocorre uma catexia concentrada
no objeto do qual se sente falta ou que está perdido, por não poder ser apaziguada –
afinal o objeto não existe mais.. Enquanto o ego se vê absorvido no processo de luto por
meio da hipercatexia, a sua elaboração ocorre sob a influência do teste de realidade,
fundamental para a constatação de que esse objeto não existe mais.
O instinto de realidade, como descrito por Freud (1920), atua através dos
instintos de auto-preservação do ego. Este princípio não abandona a obtenção de prazer,
porém, pede um adiamento da satisfação, para uma obtenção de prazer no futuro. Em
contrapartida, o princípio do prazer, que está fortemente ligado aos instintos sexuais e
por essa razão eles se tornam mais difíceis de domar, busca um prazer imediato e desde
o início pode ser visto como altamente perigoso e ineficaz para a auto-preservação do
ego.

Portanto, o teste de realidade atua para a preservação do ego, solicitando um
adiamento da satisfação. O ego está absorvido neste processo por meio da hipercatexia
das lembranças vinculadas ao objeto, deste modo, obtém uma satisfação imediata, na
qual conserva e prolonga-se psiquicamente, nesse meio-tempo, a existência do objeto
perdido. Segundo Freud (1915), esta oposição ocasiona um desvio da realidade e um
apego ao objeto perdido.

Por meio do teste de realidade, o indivíduo se defronta com cada lembrança do
objeto amado perdido e envolve o ego em uma persuasão narcísica, diante da questão de
saber se seguirá o mesmo destino do objeto ou continuará vivo, assim é convencido pelo
prazer de estar vivo e se desliga do objeto. Freud (1915) nega que nessa persuasão
narcísica contém o triunfo acerca do luto. Para o autor, o triunfo tinha características da
mania como uma grande euforia relacionada à economia. Quando não se tem
necessidade de fazer grande esforço para alcançar alguma condição, a qual não se vê
quando o trabalho de luto é realizado e o ego se vê livre para investir sua libido em
outro objeto.

Em Klein (1940) explica que, o objeto de amor, assim como seus objetos bons
da infância, foi introjetado e instalado no seu mundo interno. Dessa forma, quando se
instala o luto adulto, o indivíduo tem uma fantasia inconsciente de que com o objeto
perdido todos os seus objetos bons, inclusive seus pais bons internalizados, foram perdidos, predominando então os objetos maus, reativando assim a posição depressiva e
suas ansiedades derivadas: culpa, sentimentos de perda provindos do desmame,
complexo de Édipo e outras fontes, além de alguns sentimentos de perseguição que
também podem ser reativados. Ou seja, quando ocorre a perda real, em sua fantasia, o
indivíduo acredita que seu mundo interno foi destruído. O processo de luto para a autora
consiste então na reestruturação do mundo interno, reintrojetando o objeto bom de
maneira a reestruturá-lo, assim como todos os objetos que acreditou ter perdido,
recuperando aquilo que já havia obtido na infância.

Para Klein (1940) os sentimentos que estão ligados ao luto, os mais perigosos
são os de ódio contra a pessoa perdida, e que, esse ódio pode vir à tona por uma
sensação de ter triunfado sobre o morto. O triunfo faz parte da posição maníaca no
desenvolvimento infantil. Os desejos de morte infantis contra os pais, irmãos e irmãs se
veem realizados quando uma pessoa querida morre, pois ela sempre é um representante,
até certo ponto, das figuras importantes do início da vida da criança e atrai, portanto
alguns dos sentimentos originalmente relacionados a elas. Sua morte, por mais que
tenha sido arrasadora por outros motivos, não deixa de ser percebida também como uma
vitória. Isso dá origem à sensação de triunfo, que gera ainda mais culpa (KLEIN, 1940,
p. 397). O triunfo por atrapalhar o processo de luto por interferir na crença do indivíduo
em seus objetos bons. Quando é projetado o ódio na pessoa amada perdida, esta passa a
ser um perseguidor, o que dificulta no processo de idealização. Quando na tenra
infância, a mãe boa idealizada trazia grande segurança para a criança contra a mãe má
retaliadora, e contra os outros objetos maus, no luto, idealizar o objeto de amor
contribui para manter ainda que temporariamente um mundo interno seguro por trazer
boas lembranças da pessoa amada que morreu.

No luto adulto, embora se trate de uma perda real, a elaboração é feita de forma
semelhante à posição depressiva arcaica, já vivida na infância. O trabalho de luto
consiste na reintrojeção do objeto bom, portanto, introjetando novamente não somente a
pessoa amada, mas também os pais amados que representam seus objetos bons
internalizados.

CONCLUSÃO

Durante pesquisa, notamos que os desdobramentos da vida infantil e
considerações acerca do complexo de Édipo podem influenciar na personalidade do
indivíduo. Porém, ao falar do luto, percebemos que o indivíduo deve voltar ao estado
em que se encontrava antes da perda, ou o mais próximo possível, seja com o ego
desinibido para novos investimentos no mundo externo, seja com o mundo interno
harmonioso e bem estabelecido de objetos bons. A perda de algum objeto amado traz,
ainda que momentânea, a fragmentação e desestruturação do sujeito. Portanto, é
possível concluir que o luto é um processo de reconstrução e reorganização diante de
uma perda, desafio psíquico com o qual o sujeito tem de lidar.

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